Campina Belas Artes: cinema e teatro da cidade se destacam no cenário cultural
Teatro Municipal Severino Cabral lotado para o Festival de Inverno de Campina Grande em 2022 Divulgação/FICG A cidade de Campina Grande, que celebra neste sá...

Teatro Municipal Severino Cabral lotado para o Festival de Inverno de Campina Grande em 2022 Divulgação/FICG A cidade de Campina Grande, que celebra neste sábado (11) 161 anos de história, tem raízes culturais que passam pelo cinema e teatro. Através destas duas linguagens artísticas, diversos nomes que nasceram ou foram adotados pela Rainha da Borborema conseguiram fazer carreira e colocar o nome da cidade em destaque na cultura paraibana e brasileira. O movimento teatral em Campina Grande passou por muitas inquietações ao longo de sua história. Segundo atores e ativistas culturais que fazem a cena teatral da Rainha da Borborema, fazer teatro na cidade não era recomendável em algumas épocas anteriores, como na época da Ditadura Militar. Mesmo assim, a cidade resistia. O movimento teatral em Campina Grande encontrou no Teatro Municipal Severino Cabral, inaugurado na década de 1960, o seu principal marco e centro de atividades culturais, incentivando a produção local e o desenvolvimento de artistas, e fazendo com que Campina se tornasse conhecida nacionalmente por sua movimentação cultural. "Após Campina Grande ter perdido seu primeiro grande teatro, o Teatro Apolo, que foi demolido na década de 1940 na reforma urbana do prefeito Vergniaud Wanderley. Então, com a criação do Teatro Municipal Severino Cabral, que foi inaugurado em 30 de novembro de 1963, Campina Grande passou a figurar, a integrar, entrou no mapa da cultura brasileira. A partir daí, a criação de grandes momentos, de grandes eventos e a formação de grandes grupos teatrais", explica Eneida Agra Maracajá, professora e ativista cultural. Aniversário de Campina Grande destaca a música e o teatro Foi nos festivais de teatro que a cidade se tornou referência nos palcos entre as décadas de 80 e 90. "Criou-se vários grupos, eu acredito que essa disseminação foi... Campina Grande teve época que tinha mais de 20 grupos de teatro trabalhando, que vinha da periferia para o teatro municipal. Era uma produção intensa, densa, era a produção artística", explicou Álvaro Fernandes, diretor e produtor teatral. A atriz Fátima Ribeiro acompanhou esse momento e é responsável por boas partes dos prêmios teatrais conquistados pela cidade. "Eu comecei fazer teatro em 1980 de lá pra cá não deixei mais, porque o teatro vive dentro de mim. O teatro me deu uma grande oportunidade em festivais nacionais, onde trouxe pra Campina Grande 11 premiações de melhor atriz. Temos grandes diretores, atores e Campina Grande é cultura", afirma Fátima Ribeiro. No cinema, a história da cidade é marcada pela resistência dos Cineclubes. Neles, nomes como Bráulio Tavares, Rômulo Azevedo, Romero Azevedo e tantos outros cineastas e pesquisadores do ramo conseguiram, ao longo dos anos, colocar Campina Grande entre as cidades brasileiras que mais produzem cinema. Campina Grande celebra cinema local "Em 1967 e 1968, um pouco antes da ditadura, tínhamos dois cineclubes (...) E qual a diferença do cineclube para o cinema tradicional? Cinema é entretenimento, mas também é cultura, arte, linguagem. No cinema tradicional, você entra, compra pipoca, assiste e vai embora. E no cineclube, não. Assim que acaba o filme nós temos um debate com a plateia, que analisa não só aspectos da linguagem cinematográfica mas também a influência do tema do filme", explicou Romero Azevedo. Os cineclubes da Rainha da Borborema contam a história da cidade e ao longo dos anos se uniram a iniciativas como os festivais de cinema. Eles resistem às demandas de mercado e oportunizam acesso gratuito ao cinema. O Comunicurtas, realizado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e o mais recente Festival Muído, são a prova de que a sétima arte continua sendo um dos destaques da cultura campinense. Estas iniciativas conseguem ser uma janela de exibição para um cinema que, ao passo em que se fortalece, também é sinônimo da resistência cultural encontrada na Rainha da Borborema. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba